terça-feira, 15 de dezembro de 2009

TEXTO DE WALTER CABRAL DE MOURA

(wacmoura@nlink.com.br)



Um poeta não se leva a sério:
sujeito cheio de mistério!
sobre ele não há meio termo –
é um gênio ou um estafermo.

Faz versos cheio de graça
- flor da raça!
mas não tem um centavo
- é um parvo!
Percorre o mundo – é poliglota
é vagabundo – um idiota.

Tem fina verve...
mas pra que serve?

Seu estilo, seus poemas
- são gemas!
não sabe fazer negócio
- um beócio!

Sua rima, que rica
mas prevarica...
As imagens, tão sutis
é infeliz...

Um grande bardo
este poeta libertário –
pobre diabo...
é medíocre funcionário.

Enfim, com o poeta, a vida
não usa meia medida:
para uns, é sapiente
para outros, um demente!