segunda-feira, 16 de novembro de 2009

LEI ELEITORAL DA FICHA LIMPA

Edilberto Sena
(
edilrural@gmail.com)


Não está fácil endireitar o sistema político do Brasil. A falta de ética nos setores da República tornou-se como um câncer que corrói as relações dentro do legislativo, do executivo e até do judiciário. Uma mudança radical no sistema político está muito difícil, a não ser que seja feita por um grupo eleito pela sociedade civil só para tal reforma na constituição. Enquanto isso não acontece, está no Congresso Nacional o plebiscito popular organizado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, junto com 11 organizações sociais. É o chamado projeto de lei da ficha limpa, com 1 milhão e 300 mil assinaturas.

Segundo a constituição, um tal projeto popular deve ser analisado por deputados e senadores, votado com ou sem emendas. Agora está nas mãos deles votarem uma lei que vai atingir em cheio quase metade deles que já tem ficha suja.

Deputados e senadores, com processo na justiça por causa de desvio de dinheiro público e na administração, é que devem votar o projeto. Será que eles irão aprovar a lei da ficha limpa se até do Pará, vários estão na lista ? Se aprovarem, estarão de fora das próximas eleições; se não aprovarem e o eleitorado adquirir dignidade e consciência cidadã, tais políticos ficha suja não serão mais eleitos. Para eles será aquela frase – se correr o bicho pega, se parar o bicho come.

Agora será preciso vigilância dos promotores do plebiscito popular, acompanhamento das discussões lá no Congresso Nacional; aqui nas bases a sociedade precisa acompanhar também pelo noticiário o comportamento dos políticos paraenses nas discussões da lei.

A esperança é que a lei da ficha limpa seja o início de uma reforma maior do sistema político do Brasil. Tal reforma precisa também ser acompanhada de uma mudança ética nos(as) eleitores(as). A moralidade política depende dos dois lados. A ficha limpa dos eleitores só com a lei da consciência.