segunda-feira, 4 de maio de 2009




Não, não adianta fechar a porta. Estarei sempre do outro lado à espera do teu sorriso. Não quero perturbar um silêncio que não me pertence. O meu, está cheio de ti, das tuas alegrias, tristezas voltas e revoltas.

Se num dia me abraças, no outro me prendes atrás de uma porta. Não quero ver no teu rosto esta máscara que te transforma num ser estranho e amargurado. Por que fazes isto contigo mesma? As portas que fechas, apagam o teu sorriso. Diante delas tenho apenas medo.

Medo de saber que estás do outro lado do sol e do vento, trocando a suavidade de um Noturno de Chopin, pelos gemido dolorosos de dobradiças enferrujadas.

Tenho medo de saber que esmagas com tua indiferença, um amor que te pertence e que agoniza a cada porta fechada.
Ninguém é dono do mundo nem dos sentimentos alheios.

Precisas aprender a compreender e perdoar.

Não demores, muito. Abre esta porta. Livra-te dos rancores e das dores que não podes curar sozinha nas noites longas, nas madrugadas vazias.

Amanhã, quando avistarmos o sol, já não sereremos as mesmas.


Obs: Imagem enviada pela autora.