segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

AVISO DIVERSO

Malu Nogueira


          Fugiu na noite do dia de ontem, para o dia de hoje, do corrente mês e ano, quando a lua estava cheia e iluminava a noite, nessa terra sertaneja, onde o perigo não espreita e nem existe vampiros e sanguessugas, um homem de pele morena clara, medindo mais de metro e vários centímetros de altura, de idade indefinida, olhos paqueradores, sorriso irresistível, cabelo curto, corpo sarado, pés finos e compridos, sem barba, mas com um vasto bigode grisalho. Vestia camisa verde de listras cinza, calça de micro-fibra marrom claro, sapatos na mesma cor, sem cadarços, um cinto também marrom, uma caneta no bolso da camisa.
          Dizem que levou uma pasta verde, de lona, nas mãos e uma provável trouxa de roupa, dado o seu cuidado em andar sempre muito bem arrumado e perfumado.
          Pode-se conhecer melhor por ser moreno, cor de jambo, com todos os dentes, exceto um que perdeu quando adolescente. Também na mão esquerda leva uma aliança do seu casamento; no pulso, um relógio prateado; no pescoço, um trancelim de ouro 750, com medalhas dos seus santos de devoção, um rosário do senhor Padim Ciço e uma pedra para afastar o mal olhado. Na barriga, uma grande cicatriz. Na perna direita, outra cicatriz, de provável briga de rua.
          Quem o pegar, leve direto a sua residência, na rua da família dele, situada em local acessível e de fácil entrada, que será recompensado, generosamente, pela sua desesperada companheira, que o aguarda ansiosamente.