segunda-feira, 13 de setembro de 2010

O MORCEGO


Walter Cabral de Moura
(wacmoura@nlink.com.br)


No dia em que Deus criou a luz
e ela acendeu seus azuis
foi um imenso festão
pra bicharada de então
ouviram-se urros e pios
mugidos e assobios
ficou aquela folia
houve um baile no céu
muito barulho e alegria
um tremendo beleléu;
uns gostaram, outros não
o homem, não existia.

Quem não ficou satisfeito
com aquele clarão feito
que mais parecia um facho
foi um bicho diferente
conhecido como morcego
(ele achou muito ao contrário)
e então, daí pra frente
o coitado dorme cedo
e passa o dia no armário
de cabeça para baixo.