terça-feira, 17 de novembro de 2009

TEXTO DE WALTER CABRAL DE MOURA

(wacmoura@nlink.com.br)


Lembro bem quando era mais jovem
e usava cabelos compridos como os índios
e sentava no chão, pernas em anel
ao modo de um chefe Touro Sentado.

Abria as veias para que delas
escorresse poesia:
“homem branco, mente branca
pinta de preto o que lhe parece colorido”.

Agora, é preciso ser objetivo e prático
e minha vida tem a cara pálida
e fecho meu coração para que dele
não corra sangue
e nada em mim, exceto um olhar triste
lembra um cheyenne ou um xavante.