segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

TEXTO DE LUG COSTA

O sino tocou,

meia-noite o relógio apontou,

passos apressados cruzam as ruas silenciosas

desta cidade-mundo procurando um recem-nascido.

Parece que um menino está por nascer

em qualquer lugar nesta noite tão esperada.

Todos estão na igreja:

belos cantos, refinada liturgia, ornamentação caprichada,

é noite de Natal.

O hospital está fechado,

os hotéis superlotados,

as mesas fartas de comida.

A mãe e o pai daquele ignorada criança correm apressados

procurando ajuda em qualquer pessoa que passa:

uma toalha, um pouco d’água, uma cama,

serve tudo para poder aquecer o recém-nascido.

O Menino-Natal se encontra desabrigado,

fora dos templos suntuosos,

pedindo um pedaço de pão, uma roupa usada,

já não se chama menino Jesus,

mas meninos da perdição.

Ainda é Natal!

(25.12.2010 – 20:04h – Caxias/MA)